MANDIOCA

 

Originária da América do Sul, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) constitui o segundo alimento energético (atrás apenas do arroz) para 1 bilhão de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento. Cerca de 100 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com 5,7% da produção mundial. O País é o quinto maior produtor do mundo, atrás da Nigéria, República Democrática do Congo, Tailândia e Gana, segundo dados mais recentes (2021) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

 

De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se entre os oito primeiros produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção. De modo geral, 40% das raízes é destinada à produção de farinha, 20% para produção de amido e o restante, destinado a usos como mandioca de mesa e alimentação animal.

 

A mandioca apresenta compostos cianogênicos que determinam o nome popular da planta. Quando o teor dessas substâncias tóxicas é baixo, a mandioca recebe o nome de aipim ou macaxeira e suas raízes são utilizadas para consumo de mesa, sendo comercializadas na forma in natura ou pré-cozida, e, geralmente, consumidas nas formas cozida ou frita.

 

Na indústria, a mandioca “brava”, que tem teores cianogênicos mais elevados, é transformada principalmente em farinha para uso alimentar e em fécula, que, com seus produtos derivados, tem conquistado espaço no mercado de amiláceos para a alimentação humana ou como insumo nas indústrias têxtil, farmacêutica, de panificação, alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração e cosméticos.

 

Na composição das variedades biofortificadas, há altos teores de carotenoides (betacaroteno e licopeno) com propriedades antioxidantes e precursores da vitamina A (betacaroteno), cuja ausência na dieta leva a problemas de anemia e visão; contribuem, portanto, para reduzir a desnutrição e o combate à “fome oculta” – a carência específica de alguns micronutrientes.

 

Variedades mais produtivas, espaçamentos mais densos, sistemas de produção mais sustentáveis e métodos mais eficazes de produção de manivas-semente produzem o chamado efeito poupa-terra, no qual a maior produtividade reduz a necessidade de abertura de novas áreas para plantio, contribuindo para preservar e restaurar a vegetação nativa e reduzir os custos de produção.

 

Embora a mandioca seja naturalmente resistente ao estresse hídrico, a geração de cultivares ainda mais resilientes aos períodos de seca, cada vez mais intensos e frequentes, ajudam na sustentabilidade dos pequenos agricultores nas regiões mais áridas, ou sujeitas a seca em épocas específicas, por meio do efeito poupa-água.

Variedades resistentes a pragas e doenças e técnicas de controle biológico reduzem o uso de agrotóxicos, permitindo um trabalho mais seguro aos agricultores e a obtenção de alimentos a custos mais baixos.

 

 A mandioca, tanto a raiz quanto as ramas e folhas, é uma excelente fonte de alimentação para animais, especialmente ruminantes. Ela pode ser utilizada de diversas formas, como alimento in natura, silagem ou como fonte de farelo. A parte aérea da mandioca, rica em proteína, é particularmente útil como suplemento alimentar.